parte 2

No carro estava um silencio estranho, só se ouvia o som do motor rugindo a cada acelerada que Rock dava, e então o silencio foi quebrado por uma voz bem fina

- O que aconteceu? Alguém pode me explicar?

- Nada Susi, fica quieta que é melhor para você! – Marcos então coloca seu braço sobre a pequena mão de Susi, como um sinal de um pacifista, mas Susi não havia gostado do modo que Rock tinha respondido.

Tati se virou para trás e começou a falar como uma palestrante

- Me desculpem todos vocês, não é culpa do seu irmão – dizia olhando para Susi – Eu não sei o que me deu, só fiquei um pouco assustada e não queria ficar mais na festa. Rock olhou para as mãos de sua namorada que estavam juntas o tempo todo, ela não estava normal, estava inquieta, parecia nervosa com algo.

- Amor pode contar o que aconteceu! – mas não era o momento de desabafo e então Tati jogou seus longos cabelos castanhos para trás como se fosse enrolar, deu uma, duas giradas e procurou algo no porta luva para segurar o seu longo cabelo.

- Não foi nada, só acho que minha pressão caiu – mas a desculpa não havia colado com os amigos, ela então encontrou uma caneta, ou parecia ser uma caneta, mas era um bilhete enrolado, ela então o pegou.

- Ei, ei deixe isto ai... – Rock com uma mão no volante e outra tentando impedir de Tatiane pegar o bilhete.

- Ai meu Deus ela vai descobrir, estamos ferrados – Jaque cochichou para Marcos, mas foi alto suficiente para que alguém que estivesse na frente dela ouvisse.

- Descobrir o que? O que vocês estão escondendo – Ela então desenrolou o bilhete, era azul com um desenho de um navio e um capitão, desapontada ela olhava para Rock, mas ao desenrolar por inteiro ela percebeu que havia caído mais três ingressos.

- Como vocês podem! Pare o carro! – chorando ela pegou a sua bolsa que havia deixado no banco de trás, Rock parou o carro e então ela desceu, fechou a porta e foi caminhando, Rock conhecia muito bem Tati e sabia que ela não entraria no carro novamente e era capaz de se jogar dele em movimento.

- Não era menos doloroso contarmos para ela?

- Não Marcos, deixa acontecer às coisas com o seu tempo – Jaque dizia olhando pelo vidro.

Tatiane caminhou alguns quarteirões, as casas estavam com pisca-pisca e enfeites de natalinos, já estava chegando o mês de dezembro e por ser uma cidade pequena quase todos decoravam e faziam festas com familiares.

- Eu não acredito que eles iam sem me falar! – nervosa, assustada e revoltada era como ela estava, ela nem se deu conta que as ruas estavam escuras e desertas, só se ouvia o vento arrastar as folhas pela rua, depois de perceber que estava sozinha no frio ela começou a apertar os passos e a desconfiar de barulhos, ela havia se esquecido do tal jogo e começou a lembrar do que sua amiga desleal disse na festa:

- ...eu não contei porque é um jogo secreto e um jogo perigoso às vezes por isso não é bom envolver pessoas que você conhece.

Um vento gelado soprou e Tati se encolheu na bolsa e então um barulho de ferro se arrastando surgiu por trás do muro de uma das casas, ela correu e não olhou para trás para ver o que era, não tinha interesse e ela sempre se lembrava que nos filmes de terror sempre que se ouvia um barulho a pessoa ia ate o local e acabava a maioria das vezes morta, de uma esquina ela viu sua casa e então correu mais rápido até chegar a porta, apressada entrou e trancou a porta, sua mãe ouvindo o barulho gritou:

- Filha é você?

- Sim mãe, estou subindo, minha cabeça está explodindo – Marta correu para avisar algo a filha mas ela já havia entrado em seu quarto.

Tatiane foi direto para a mesa do computador e o ligou, estava entrando um vento gelado pela janela e a cortina estava voando forte, ela se levantou e fechou a janela. Quando ela abriu seu e-mail logo apareceu à seguinte mensagem:

- Você tem 13 novas mensagens. – Ela clicou na cartinha que apareceu e uma lista de emails novos apareceram, selecionou 7 mensagens de uma loja chamada Tentações e mandou direto para a lixeira, ao listar as outras mensagens, seu coração começou a bater mais rápido quando viu o remetente da ultima mensagem recebida á 01:43, Tatiane olhou no relógio do computar que marcava 01:50, assustada, ela começou a ficar gelada e perdendo o movimento do mouse, tremendo um pouco também, o assunto dizia:

- Bem vinda ao Jogo Secreto. – o email vinha seguindo com a seguinte mensagem:

Olá Tatiane, espero não ter lhe assustado, pois quase todos os jogadores não têm um primeiro dia tão normal, a mente começa a ficar complexa e você não consegue entender as coisas como são. Bom este é meu primeiro contato e lógico não iria deixar você com as mãos abanando, deixei algo na caixa de correio da sua casa e como sua mãe é uma pessoa que se preocupa com você e sempre quer o seu bem e você nunca percebe – Tatiane percebeu que ele tinha um pouco de razão sobre o que ele acabava de dizer – ela deve ter deixado algo na sua cama, olhe para trás e veja se tem algum envelope – ela não entendia como ele sabia que seu computador ficava na frente da sua cama – não se preocupe, eu não invadi seu quarto, eu somente imaginei que fosse, não tenha medo, não é uma bomba. Até breve.

Assustada com tudo aquilo e um pouco conturbada também ela se levantou e olhou para sua cama, e no centro dela estava mesmo um envelope branco do tamanho de uma carta, ela foi em direção ao envelope com um receio de abri-lo, mas a curiosidade era muito grande, seu coração palpitava e sua respiração estava ficando mais ofegante, Tatiane pegou o envelope que estava escrito o endereço de sua casa e seu nome, abriu o lacre e retirou um papelzinho azul:

- Não acredito! – ela ficou toda eufórica, mas quando virou o papelzinho estava escrito

- Te peguei...HAHAHAHA! – um calor se intensificou sobre Tati e lágrimas começaram a escorrer sobre seus olhos azuis, ela pegou o envelope e o papel azul e tacou em direção a porta do seu quarto, quando o envelope esbarrou na porta um som de estalo assustou Tati, ela se levantou, e foi até a cabeceira do espelho, chegando perto do espelho ela olhou seu próprio reflexo:

- Quem esse idiota pensa que é para brincar desse jeito comigo! – ela se agachou e esticou o braço para pegar o envelope, sentiu algo liso e puxou, dentro do envelope tinha algo...